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Brinquedos vendidos no Brasil têm níveis preocupantes de elementos tóxicos

Terça-feira, 7 de outubro de 2025
Última modificação: Terça-feira, 7 de outubro de 2025

Fonte: Adaptado de Ziegler (2025)

Pesquisadores identificaram altos níveis de substâncias tóxicas em brinquedos plásticos comercializados no Brasil. O estudo analisou 70 produtos de fabricação nacional e importados e é o mais abrangente já realizado no país sobre contaminação química em produtos infantis.

A análise das amostras revelou que grande parte dos brinquedos não segue as normas de segurança do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e da União Europeia. O caso mais grave encontrado envolve o bário: 44,3% das amostras ultrapassaram o limite permitido, com concentrações até 15 vezes acima do valor regulamentar. A exposição ao bário pode causar problemas cardíacos e neurológicos, como arritmias e paralisias. Também foram encontrados níveis elevados de chumbo, crômio e antimônio. O chumbo, que pode provocar danos neurológicos irreversíveis em crianças, problemas de memória e diminuição do coeficiente de inteligência (Q.I.), apareceu acima do limite em 32,9% das amostras, com concentração quase quatro vezes acima do permitido. Já o antimônio (danos gastrointestinais) e o crômio (carcinogênico) apresentaram irregularidades em 24,3% e 20% dos brinquedos, respectivamente.

De modo geral, foram encontrados 21 elementos com potencial tóxico: prata (Ag), alumínio (Al), arsênio (As), bário (Ba), berílio (Be), cádmio (Cd), cério (Ce), cobalto (Co), cromo (Cr), cobre (Cu), mercúrio (Hg), lantânio (La), manganês (Mn), níquel (Ni), chumbo (Pb), rubídio (Rb), antimônio (Sb), selênio (Se), tálio (Tl), urânio (U) e zinco (Zn).

No trabalho, os brinquedos foram selecionados para representar diferentes faixas socioeconômicas, com compras realizadas em lojas populares e shopping centers de Ribeirão Preto. A identificação e a contagem das substâncias foram realizadas por meio de espectrometria de massa com plasma indutivamente acoplado (ICP-MS), técnica que permite detectar metais e diversos não metais em concentrações muito baixas. A investigação também utilizou também digestão ácida assistida por micro-ondas, que permite simular a liberação de substâncias químicas pelo contato com a saliva das crianças.

O estudo também contribuiu para mapear a cadeia de produção dos brinquedos e identificar possíveis fontes de contaminação. Por exemplo, brinquedos de cor bege apresentaram concentrações mais altas de metais, possivelmente ligadas ao fornecedor da tinta.

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